1. Meus animais começaram a apresentar problemas ontem. Todos eles foram medicados, mesmo assim gostaria de saber qual é o problema. Como devo proceder?
Nesses casos em que os animais são medicados não é aconselhável a coleta, a não ser que o problema seja urgente. O ideal é que se colete amostras de animais que não foram mediados para facilitar o isolamento bacteriano. Quando o cliente faz a medicação, o ideal é separar alguns animais e fornecer uma ração livre de medicamentos durante 5 a 7 dias.
2. Meus animais estão com problema respiratório, o que devo enviar?
Para problemas respiratórios, sempre deve-se enviar pulmão e cabeça (para análises de focinho e pesquisa do agente na tonsila ou amígdala. Caso sejam encontradas algumas lesões em outros órgãos, como, por exemplo, coração, estes devem ser enviados. Lembrando que estes órgãos devem estar em sacos diferentes e coletados com o máximo de higiene possível, evitando ao máximo o risco de contaminação.
3. Meus animais estão com problemas nervosos. O que devo coletar?
Neste caso, alguns agentes podem causar sintomatologia nervosa, como, por exemplo, Escherichia coli (doença do edema) e Streptococcus suis (encefalite). Assim, para se pesquisar estas duas doenças, que são as mais comuns, pode ser enviado intestino (pesquisa de Escherichia coli ou S73) e cabeça (pesquisa de Streptococcus suis no cérebro).
4. Como devo preservar as amostras até a chegada ao laboratório?
Qualquer material a ser enviado ao laboratório deve ser encaminhado em uma caixa de isopor bem lacrada e contendo bastante gelo, salvo amostras para histopatologia e espermograma, que devem ser acondicionadas em formol.
5. De que maneira posso encaminhar amostras ao TECSA laboratórios?
O TECSA laboratórios trabalha com diversas empresas de transporte rodoviário, aéreo (VARIG, TAM Expressa, JAD LOG, etc) e correios (SEDEX). Neste caso, o cliente deve enviar pela empresa que achar mais conveniente ou ainda consultar os profissionais da área de logística do TECSA laboratórios.
6. Desejo realizar uma série de exames sorológicos. Qual a quantidade de sangue que devo coletar?
4 a 5 ml de sangue é o suficiente para se proceder um exame sorológico.
7. O que representa a quantidade da droga especificada no antibiograma (exemplo: 10 mcg), pois quero utilizar essa informação de forma prática e queria uma explicação em termos de PPM da droga pois é assim que vou usar na ração.
A concentração que aparece é a concentração dos discos utilizados. Isto serve para alguma comparação entre 2 resultados de diferentes analises ou laboratórios e para rastreabilidade da análise executada.
Exemplo: Realizou-se antibiograma (ATB) para bactéria X utilizando o disco de antibiótico com concentração de 10 microgramas e deu um halo de 10mm onde resultou em Resistente. Se outro laboratório fizer a análise e usar um disco que tem concentração de 50 microgramas, o halo será maior, obviamente, mas os dois resultados não poderão ser comparados.
Deste modo a informação que o ATB oferece é somente Sensível, Intermediário ou Resistente e nunca a dose a ser usada. Apresentando-se Sensível, significa que a bactéria é sensível in vitro e que pode-se utilizar a dose usual de tratamento preconizada pela bula do produto que supõe-se ser de boa qualidade e de empresa idônea.
O resultado é Sensível, Intermediário ou Resistente e o tamanho do halo serve para acompanhar ao longo do período se há tendência de desenvolvimento de resistência.
8. Quais exames estão incluídos no CHECK UP DOENÇAS REPRODUTIVAS e quantos soros devem ser enviados?
Estão incluídos exames sorológicos contra Parvovirose - (HI), Leptospirose - 12 cepas (MSAR), Erisipela - (IFI), Doença de Aujeszky - ( ELISA), PRRS - ( ELISA), Toxoplasmose - (IFI). Devem ser enviados 20 Soros de Matrizes/Reprodutoras.
9. Quais os exames estão incluídos no SOROPERFIL DA GRANJA - DOENÇAS RESPIRATÓRIAS e quantos soros devem ser enviados?
Estão incluídos exames sorológicos contra Mycoplasma (ELISA) e App (BAHIA). Devem ser enviadas 30 amostras de soro sendo: 10 amostras de terminação, 10 amostras de recria/crescimento e 10 amostras de creche.
10. Como saber se devo usar uma vacina?
Os critérios que vão indicar a conveniência do uso destes produtos são vários, dentre eles os principais são: incidência da doença na região e/ou na granja, fatores ligados ao tipo de criação, orientação específica para a granja de acordo com a avaliação de um médico veterinário, período de validade da vacina e programas específicos de combate a determinadas doenças.
11. Como efeito o manejo dos animais após a aplicação da vacina?
O manejo deve continuar o mesmo da rotina da granja, apenas observe atentamente os animais por pelo menos 24 horas após a vacinação para observar algumas reações adversas.
12. Como devo proceder caso haja morte súbita momentos após a vacinação?
Suspender imediatamente a vacinação nos animais que ainda não foram vacinados, iniciar tratamento de emergência nos animais que começarem a apresentar sintomas cínicos de anafilaxia (ver choque anafilático). Separar e identificar o lote de vacinas que estava sendo utilizado e fazer um levantamento das causas destas mortes súbitas. Guardar todas as bulas dos medicamentos e vacinas administradas às suas mães também. Procurar imediatamente um médico veterinário para esclarecer o caso.
13. O que é choque anafilático e o que fazer?
Choque anafilático é uma reação sistêmica aguda que ocorre após a administração de um antígeno a qualquer animal sensibilizado e é mediado por substâncias farmacologicamente ativas (principalmente a histamina). Portanto é uma sensibilidade individual. O tratamento consiste em evitar novos alergênicos, administração de anti-histamínicos e dessensibilização profilática. A síndrome anafilática requer tratamento de emergência, porque evolui rapidamente para colapso cardiovascular irreversível. A etapa mais importante no tratamento da anafilaxia é a administração imediata de adrenalina. Ela não inibe diretamente os mediadores da anafilaxia, mas sim seus efeitos. Caso os sinais clínicos persistam, pode-se repeti-la a intervalos de 15-20 minutos. Na situação em que há risco de vida, devemos administrar adrenalina diluída em 1:10000 (0,01 mg/ml) por via intravenosa lenta (0,01 mg/kg). Em situações menos agudas ou se não há administração de injeção intravenosa, podemos administrar adrenalina diluída em 1:1000 (0,1 mg/ml) por via intramuscular ou subcutânea (0,1 mg/kg). Realizar traqueotomia na presença de edema laríngeo grave ou subcutâneo. Recomenda-se a administração intravenosa de cloridrato de difenidramina (BENADRYL), na dose de 2mg/kg quando os sintomas de anafilaxia são graves ou a resposta à adrenalina não é satisfatória. A aninofilina, na dose de 10mg/kg intravenosa está indicada quando o broncoespasmo persistir. Os corticosteróides não devem ser considerados na terapia prima da anafilaxia, porém, podem ser empregados como tratamento coadjuvante quando o choque persiste.
OBS: o sulfato de atropina não possui nenhuma ação eficiente no tratamento do choque anafilático. Os veterinários do TECSA farão contato imediato para as melhores providências.
14. Como interpreto um exame de cultura de urina para suínos na questão de Unidade Formadora de Colônias (UFC) quanto Às quantidades? Qual o limite?
Achados acima de 100.000 UFC são extremamente significativos se a coleta foi bem feita. Mas acima de tudo, considere o número de animais com bacteriúria (bactérias na urina) + número animais com nitrito alterado + presença de sedimentos (piócitos,cristais, etc) e CLARO: aspectos clínicos (""marca de giz"" nas vulvas e piso além do aumento de mortalidade porca, baixo nascido vivo, alto natimorto, alta repetição de cio e queda reprodutiva)
De acordo com a urocultura e antibiograma fazer antibioticoterapia por 7 a 14 dias (rever suprimento ADEQUADO DE ÁGUA) e refazer exame do plantel após 30 dias (25 amostras de urina para urinálise e urocultura) além de acompanhar aspectos clínicos!
É uma situação COMUM na suinocultura brasileira e mundial, leva a perdas (muitas vezes pouco percebidas) e interfere em toda a granja; infelizmente poucos técnicos dão devida atenção e conduzem tecnicamente de forma adequada como exposto acima.