1 - A utilização de corticoides interfere no teste? Devo suspendê-lo antes da realização do teste? Quanto tempo antes?
Sim, é possível que haja interferência deste tipo de medicamento nos resultados dos testes. Em casos de pacientes submetidos à corticoterapia, recomenda-se interromper a administração deste medicamento (realizar o desmame terapêutico por redução progressiva de dose) e aguardar de 7 a 10 dias após a interrupção do tratamento para a realização da coleta do material e processamento do teste. Como alternativa terapêutica, é recomendada a substituição do corticóide por anti-histamínico, caso haja necessidade.
2 - Qual a principal diferença entre o teste de alergia por ELISA, disponibilizado pelo TECSA, e o teste de Intradermorreação? Qual é o melhor?
O teste de intradermoreação, realizado por especialistas, mensura uma resposta induzida, podendo haver falsos positivos e querer, muitas vezes, teste de supressão. Já o teste baseado no ELISA se embasa em uma resposta pré-formada em contato com determinado alérgeno e é específica a IgE.
3 - O teste de triagem "screening" fornece a informação se o animal tem ou não tem alergia? No caso de um teste de triagem com resultado negativo, descarta-se a possibilidade de atopia?
O teste de triagem fornece apenas a informação de qual categoria de alérgenos o paciente poderia apresentar alergia, direcionando a escolha do(s) painel(eis) realizado(s). Um resultado negativo ao primeiro momento não descarta a possibilidade de atopia, a clínica é soberana. Deve-se sempre estabelecer diagnósticos diferenciais e descartar outras hipóteses, como hipersensibilidade alimentar, endocrinopatias, ectoparasitoses, doenças auto-imunes e dermatofitoses.
4 - Quando realizo um teste alérgico e os resultados apresentam valores baixos para os alérgenos testados, significa que o animal não possui alergia? Quais exames poderiam confirmar ou serem utilizados para diagnóstico diferencial?
Não. Pode significar que ele não possui resposta alérgica aos alérgenos testados, mas nada impede que apresente reação de hipersensibilidade a algum alérgeno incomum, não testado nos paineis. Portanto, é importante conhecer o ambiente em que o paciente se encontra ou descartar outras patologias antes da realização dos testes alérgicos e repetir o teste após 21 dias (sorologia pareada).
5 - No caso de o teste apresentar resultado que indique a Malassezia ou saliva de pulga é recomendada a solicitação de imunoterapia específica?
Não. Para esses alérgenos recomenda-se o tratamento e controle direcionados.
6 - Realmente é um tratamento para toda vida do animal?
Sim, o estímulo antigênico deve ser continuado por toda a vida do animal de forma que o mesmo tenha sempre anticorpos circulantes para os alérgenos a que está exposto.
7 - Quando você diz que em 8 a 10 meses o animal apresenta resposta, significa dizer que leva até 10 meses para termos algum resultado positivo?
Sim, a melhora satisfatória do quadro é alcançada em 60 à 80% dos pacientes que passam pelo tratamento Imunoterápico em até 6 a 10 meses.
8 - As aplicações são realizadas de quanto em quanto tempo?
As aplicações iniciais tem um intervalo de 3 a 4 dias até chegar a dose de manutenção a ser realizada uma vez ao mês. Maiores informações bem como protocolo sugestivo de aplicação é enviado junto ao produto e ficam a critério do médico veterinário que conduzirá o tratamento.
9 - Qual procedimento deve-se adotar quando o tratamento imunoterápico é interrompido por mais de 2 meses?
Se o paciente estiver bem para as doses de manutenção sugerimos o seguinte protocolo:
• Injecão-1: 0.25ml (5000PNU/ml) após 3 semanas ->
• Injecão -2: 0.25ml (5000PNU/ml) após 3 semanas ->
• Injecão -3: 0.5ml (10000PNU/ml) após 3 semanas ->
• Injecão -4: 0.5ml (10000PNU/ml) após 3 semanas ->
• Injecão -5: 1ml (20000PNU/ml) e então depois continue com as doses de manutenção normalmente
Se houver algum tipo de reação durante esta primeira injeção (o que provavelmente não ocorrerá) será melhor retornar ao início do tratamento.
10 - A vacina, depois de certo tempo na geladeira, apresenta turbidez e alguns coágulos?
A vacina imunoterápica é composta basicamente por PROTEINAS. Estas proteinas, em temperaturas muito baixas (entre 0 e 4ºC) podem se agregar formando uma espécie de coágulo e turbidez. Neste caso a instrução é deixar a vacina em temperatura ambiente por algumas horas e depois homogeneizar suavemente para dispersão das proteinas e retomada das características originais da vacina.
É interessante manter a vacina em locais da geladeira onde a temperatura não seja tão baixa, como, por exemplo, na porta ou nas bordas das prateleiras (evitando assim as regiões do fundo, onde a temperatura é mais baixa)
Se mesmo assim a vacina contrinuar a apresentar coágulos e turbidez pode ser contaminação gerada por uso de material contaminado . Recomenda-se a suspensão do uso deste frasco e requisição de novo frasco.
Lembre-se: esta vacina é completamente estéril até o primeiro uso.
11 - A planta Melaleuca quinquenervia não é comum em nosso país. Como justificar, no teste alérgico, a reação à esta planta?
Melaleucas são plantas populares em jardins, tanto na Austrália quanto em outras áreas tropicais em todo o mundo . No Havaí e na Florida a Melaleuca quinquenervia foi introduzida para ajudar a drenar áreas pantanosas. Desde então, passou a se tornar um sério "problema", pois é uma espécie invasora com consequências potencialmente graves, pois se espalha agressivamente.
A Melaleuca reage de forma cruzada no Brasil com Callistemon que também é um gênero da família Myrtaceae . Todo o gênero é endêmico na Austrália, mas tambem amplamente cultivada no Brasil.